INDÚSTRIA PERDE 1,1 MILHÃO DE VAGAS ENTRE 2014 E 2017, QUEDA DE 12,5%

No mesmo período, os salários reais nos postos das empresas brasileiras de produção registraram baixa, em média, de 14,7%, conforme Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa, do IBGE

A indústria brasileira fechou de 2014 a 2017 cerca de 12,5% dos postos de trabalho, o representa 1,104 milhão de trabalhadores a menos . No mesmo período, os salários reais na produção caíram, em média, 14,7%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa, divulgados nesta quinta-feira, 6, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre 2014 e 2017, a queda foi maior nas indústrias extrativas (-31,2%) do que nas indústrias de transformação (-13,9%). A receita líquida de vendas industriais chegou a R$ 3 trilhões no ano de 2017. O resultado significa, em termos reais, uma redução de 7,7% em relação a 2014, período pré-crise. A perda foi mais intensa nas indústrias extrativas (-16,9%) do que nas indústrias de transformação (-7,4%).

No ano de 2017, as indústrias empregavam 7,7 milhões de trabalhadores, 1,8% a menos que no ano anterior e 12,5% ante 2014. Do total empregado, 97,5% trabalhava na indústria de transformação e o restante na extrativa, conforme o levantamento feito pelo IBGE.

No total, a indústria brasileira gerou R$ 1,2 trilhão de valor da transformação industrial em 2017. O resultado foi consequência de um valor bruto da produção de R$ 2,7 trilhões, menos os custos de R$ 1,5 trilhão das operações industriais.

A indústria de transformação foi responsável por 91,3% da riqueza gerada pelo segmento industrial em 2017. O País tinha 318,3 mil empresas industriais ativas com pelo menos uma pessoa ocupada, pagando até R$ 300,4 bilhões em remunerações.

A PIA Empresa, elaborada pelo IBGE desde 1996, mostra as características estruturais do segmento empresarial da atividade industrial no Brasil, incluindo as extrativas e as de transformação. Segundo gerente da pesquisa, Synthia Santana, em caso de reativação da economia a indústria tem potencial de se recuperar rapidamente.
Carro-chefe

“A indústria é o carro-chefe da economia. Ela tem um peso muito grande e, por isso, o crescimento geral do País carrega também o resultado da indústria”, afirmou.

Em 2017, a indústria brasileira registrou faturamento bruto total de R$ 3,9 trilhões, sendo 82,5% relativo à receita bruta da venda de produtos e serviços industriais. Em 10 anos, houve queda de 1,8% na participação dessa modalidade de receita, puxada pela indústria de transformação.

Por outro lado, as receitas oriundas de atividades não industriais – como revenda de mercadorias, prestação de serviços não industriais e transporte – aumentaram sua participação de 6,6% em 2008 para 9,5% em 2017, tornando-se a segunda maior fonte de faturamento. Já a fatia das receitas geradas por atividades não produtivas – como arrendamento e aluguéis, receitas financeiras, variações monetárias ativas, resultados positivos de participações societárias e outras receitas operacionais – caiu 1,1 ponto percentual em uma década.

“Isso pode sinalizar um crescimento da diversificação da atividade industrial e uma interação maior com as demais atividades econômicas, especialmente nas indústrias de transformação”, apontou o IBGE, em relatório.
Diesel.

Segundo a pesquisa do IBGE, o óleo diesel manteve a liderança como principal produto industrial do País em 2017. O combustível somou R$ 63,7 bilhões em valor de venda, o equivalente a 2,8% do total vendido pela indústria no ano. No entanto, o resultado significa uma perda de cerca de 14% em relação ao ano anterior. O óleo diesel tinha rendido mais em 2016, R$ 74,4 bilhões.

Em 2017, os demais produtos industriais com maior valor de vendas foram óleos brutos de petróleo (com 2,6% de participação no total vendido pela indústria), minério de ferro (com uma fatia de 2,6%) e automóveis entre 1.500 e 3.000 cm3 (com participação de 2,1%). Num universo com cerca de 3.400 produtos, esses quatro principais itens fabricados pela indústria brasileira concentraram 10,1% do total das vendas do setor, que totalizaram aproximadamente R$ 2,3 trilhões em 2017.

Da Redação e Agências • São Paulo
Publicado em 07/06/19

10/09/2019

 

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