PRESERVAÇAO DA MEMÓRIA DE TODA SUMARÉ

Alguém disse que um povo que não conhece a sua história está condenado a repeti-la. Concordo e, partindo dessa verdade, acrescento: quem não conhece sua história, não compreende o presente e não será capaz de planejar o futuro.

Tomando esse princípio, fundamental para o progresso, é necessária a defesa da memória de nossa cidade para que possamos compreender como chegamos até aqui.

Mas a qual memória me refiro?

Bem, recorro à obra de George Orwell para responder a essa pergunta. No seu livro 1984 o personagem principal, Winston, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho.

Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico.

De fato, a ideologia do partido dominante, como descrito na obra, não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O vazio ideológico só se interessa pelo poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro, nem que para isso seja necessário reescrever a História.

Orwell denuncia que a verdade não é importante para os donos do poder, o que importa é a versão publicada e, por isso a memória é construída e reconstruída pela burocracia estatual diariamente e de acordo com a conveniência.

A memória a ser preservada em todas as comunidades e para todas as comunidades está necessariamente relacionada à capacidade de adquirir, armazenar e recuperar informação disponíveis, dando a ela instrumentalidade e utilidade.

Preservar a memória de uma comunidade é fundamental e demonstra civilidade.

Em Sumaré não há órgão público ou privado que tenha em perspectiva a recuperação e preservação da História do município de maneira séria.

Há iniciativas, é verdade, que pensam buscar isso, mas acabam apresentando, como se memória fosse, suas reminiscências e frustrações que algumas vezes surgem no ocaso da vida.

A memória a ser preservada é a memória vivida por todos, a memória a ser preservada é aquela envolve a pluralidade e a diversidade, elementos constitutivos e riqueza de Sumaré e não na visão estreita desse ou daquele grupo social.

Tendo isso em perspectiva, sempre alinhado com as orientações da ONU e no contexto da Nova Política Cultural de Sumaré, apresentada de forma suscita recentemente, o prefeito Luiz Dalben determinou a constituição de um grupo de trabalho, grupo vinculado ao seu gabinete, que será responsável pela apresentação de proposta de trabalho que envolva, sem qualquer preconceito, as diversas regiões da cidade, as igrejas, os jovens do centro e da periferia.

Pedro Benedito Maciel Neto | Advogado e secretário de Comunicação Social de Sumaré  

Data: 09/12/2017

Fonte: Jornal Todo Dia http://portal.tododia.uol.com.br/_conteudo/2017/12/opiniao/153282-preservacao-da-memoria-de-toda-sumare.php

 

 

 

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