REFORMA TRABALHISTA: EXECUTIVOS DE GRANDES EMPRESAS ESTÃO OTIMISTAS COM CRESCIMENTO MUNDIAL, DIZ PESQUISA – NO ENTANTO, BRASIL NÃO SOBE NO RANKING DE NAÇÕES CONSIDERADAS MAIS ATRAENTES PARA INVESTIMENTOS

DAVOS – O Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, começará num clima de otimismo entre os executivos de grandes empresas (CEOs). Isso é o que mostra pesquisa realizada pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC) com quase 1.300 pesos-pesados do mundo corporativo e divulgada nesta segunda-feira. O trabalho – que tradicionalmente é apresentado na véspera da abertura do Fórum – mostra que 57% dos entrevistados acreditam num crescimento da economia mundial nos próximos 12 meses.

Segundo a PwC, o percentual representa quase o dobro do registrado na pesquisa de 2017, quando 29% dos executivos esperavam crescimento global. Essa também foi a maior elevação de otimismo observada pela consultoria desde que o levantamento começou a ser feito em 2012. Os CEOs brasileiros estão entre os mais animados. O total de executivos do país que apostam num aumento do PIB mundial saltou de 38% para 80%.

Também estão neste grupo os americanos, que, no ano passado, estavam apreensivos com o resultado das eleições nos Estados Unidos: o percentual de executivos mais otimistas subiu de 24% para 59%. E mesmo entre os mercados mais conservadores, como Japão e Reino Unido, houve incremento. No primeiro caso, o percentual de entrevistados que esperam um crescimento mundial subiu de 11% para 38%. Já no segundo, essa taxa passou de 17% para 36%.

O otimismo dos CEOs com a economia global é conduzido pelo fato de os indicadores econômicos estarem tão fortes. Com o mercado acionário disparando e o crescimento do PIB projetado para a maior parte dos mercados mundiais, não é nenhuma surpresa que os CEOs estejam tão confiantes _ afirma o presidente global da PwC, Bob Moritz.

A pesquisa aponta ainda que o bom humor dos executivos em relação à economia mundial também passou para as expectativas em relação aos próprios negócios. De acordo com o trabalho, 42% dos consultados declararam estar “muito confiantes” sobre o crescimento de suas operações nos próximos 12 meses. No ano passado, essa taxa era de 38%.

Apesar do maior otimismo, o Brasil não conseguiu subir no ranking das nações consideradas mais atraentes para investimentos no próximo ano. O país perdeu uma posição na lista feita pela PwC em 2018, passando do 7o para o 8o lugar. O ranking continua a ser liderado pelos Estados Unidos, seguido por China, Alemanha, Reino Unido, Índia, Japão e França.

A PwC também perguntou aos executivos quais os maiores fatores de preocupação para os negócios em 2018. Se no ano passado os dois principais temores eram excesso de regulação nos mercados e incertezas em relação ao crescimento econômico, agora o segundo tema já nem aparece no ranking. A regulação continua no topo da lista, seguida por terrorismo, incertezas geopolíticas e risco de ataques cibernéticos.

A consultoria destaca que os CEOs estão preocupados com fatores mais distantes do mundo dos negócios do que com os problemas econômicos comuns, como volatilidade cambial e mudanças no padrão de consumo da população:

O maior nível de preocupação está mais nos fatores sociais e geopolíticos do que na dinâmica dos mercados. Está claro que a confiança dos executivos sobre o crescimento de suas receitas no longo prazo está afetada por ameaças com as quais o mundo dos negócios não está acostumado a lidar _ afirma Bob Moritz.

O governo brasileiro espera conquistar investidores durante o Fórum Econômico Mundial, que começa oficialmente nesta terça-feira. Nele, o presidente Michel Temer e os ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, vão apontar a queda da inflação e da taxa de juros e a retomada do crescimento da economia e do mercado de trabalho. Temer também defenderá a agenda de reformas, especialmente a da Previdência Social. Segundo os organizadores do Fórum, o evento contará este ano com um número recorde de participantes, sendo 70 chefes de Estado e de governo. Ao todo, são esperadas 3 mil pessoas.

Fonte: O Globo On Line

24/01/2018

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